terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Intolerância!

     Amados leitores, dessa vez trago um texto que foi publicado no site www.ultimato.com.br, da revista Ultimato,  na seção opinião do leitor, sob o título Intolerância!onde poderão ler também os comentários de um leitor, que se chama Eduardo. Porém aqui eu apenas trago as respostas aos comentários, adaptadas de forma que deem fluência ao texto. Os comentários do Eduardo não foram transcritos, pois, apesar de serem públicos, não tenho autorização do autor para transcreve-los.
Tenho observado que há um clima de intolerância permeando a vida das igrejas. E não importa contra o que, homossexuais, imigrantes, políticos, e até mesmo por questões doutrinárias.
Esta intolerância vem sendo semeada há muitos anos por alguns líderes da igreja, em especial no que diz respeito aos homossexuais. Que como não era de se esperar, começaram a se defender. E a gritaria está generalizada, porque a igreja esta sendo perseguida. Ora meus amados, a igreja será perseguida sim, Jesus nos alertou disso, e é motivo de os alegrarmos.
Por outro lado, vemos a intolerância em relação às igrejas que são tradicionais, que perseveram no ensino bíblico, no fazer discípulos ao invés de convertidos.
Paulo nos orienta, a "suportarmos" uns aos outros, em amor. Jesus nos diz para amarmos nossos inimigos como a nós mesmos e nossos irmãos como Ele nos amou. Se não estou enganado, os leitores de Ultimato, e certamente desse texto encontrarão essas mesmas palavras em suas bíblias, porque na minha elas estão.
Precisamos trazer a igreja de volta ao foco de sua missão, fazer discípulos. Esta na hora de retomar a missão.
Se somos atacados por diversos grupos, certamente porque nós como igreja, não estamos dando a eles o que mais necessitam e clamam, amor, o verdadeiro amor de Cristo. é mais fácil rechaçar alguém por não estar conforme nossos "princípios e valores" do que ama-lo. 
Apenas e tão somente quando amarmos verdadeiramente as almas carentes de Cristo, é que esse clima de intolerância acabará. Porém mais perseguição a igreja sofrerá, e nos será por motivo de alegria, pois tem acontecido pelo nome de Jesus, o Cristo.
A intolerância, infelizmente vem da falta de conhecimento da Palavra de Deus, do conhecimento dos evangelhos de Jesus. Muitos protestantes, não olham para Jesus como um homem amoroso, receptivo, que cativa as pessoas pela simplicidade. Tenho certeza de que olhando para Jesus, imitando-o, temos condições de mudar esse quadro.
Infelizmente, fundam outra igreja por causa de seus interesses pessoais e não coletivos, não pensam no que a igreja representa.
Mas ao olharmos a história da igreja vemos que o Vaticano sempre agiu com intolerância, e infelizmente com interesses escusos, e nos bens de quem quer que fosse para que pudesse amontoar riquezas na terra.
Um dos comentários deixou a seguinte frase: "...como se fosse assim: o conhecimento da Palavra implicaria menos tolerância." (grifo nosso)
Na verdade, a falta de conhecimento da Palavra, de Deus e de Jesus, é que causa a intolerância, e não o conhecimento desta.
O que tenho colocado neste comentário sobre a intolerância é de que se, e somente nessa condição, conhecermos a Palavra, e assim conhecermos a Deus, seremos mais tolerantes, ao invés de tolerarmos o outro o suportaremos, então as duas definições apresentadas para conhecimento se aplicam. A) Acúmulo de informações e B) Conversão, vida espiritual, dependência total de Cristo, etc.
Poderia discorrer em vários textos bíblicos para justificar o que estou dizendo, mas vou me fixar em dois, no máximo três.
1)     Oséias 6.3a "Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; ..." conhecer ao Senhor essa é a chave, de nada adianta dizermos isso ou aquilo se não o conhecemos, não temos uma vida com ele, o versículo é completado dizendo que " ...então Ele virá como a chuva, a chuva serôdia que rega a terra." Quanto mais conhecer a Deus, mais de seu caráter e atributos conheceremos, assim, também passaremos a vive-los. E intolerância não é um desses atributos.
2) II Corintios 5:17 "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." Se estamos em Cristo, e as coisas velhas já se passaram, porque continuarmos com as velhas práticas, com a segregação, com a intolerância?
Eu creio que se, vivermos o amor de Jesus, transbordarmos em amor e sabedoria, não haverá espaço em nossas vidas para rejeitar a ninguém. Pois se o que recebi de Cristo é tão bom, é maravilhoso, fez grandes transformações em minha vida, porque então, eu vou rejeitar o outro? Porque não o amar como a mim mesmo? Isso é um imperativo, amai os vossos inimigos como a si mesmos, e orai pelos que vos perseguem!
O distanciamento entre a igreja e a história, realmente existe. A igreja é formada e composta de homens, seres humanos, pecadores, que por não buscarem o conhecimento de Cristo, a dependência deste para suas vidas, agem de acordo com seus critérios, com suas manifestações. Muitos se usam da Palavra de Deus para impor sua moral, cheia de legalismo, de tradições, de ritos que não levam ninguém a lugar algum.
A não ser que, o verdadeiro evangelho seja anunciado, discípulos sejam feitos, ensinados a andar nas Palavras de Jesus, e segui-lo, o que veremos é esse festival de intolerância. Enquanto pregadores se utilizarem das igrejas para benefício próprio, para se promover pessoal e socialmente, até mesmo para se aproximar de governantes, isso é o que teremos.
 Quanto mais próximos de Cristo, mais do seu caráter teremos, mais dos atributos de Deus desenvolveremos, mais humanos nos tornaremos, e maior será nosso amor por aqueles que nos perseguem, a ponto de orar por eles, pregar o evangelho a eles, estender a mão, abrir os braços e conforta-los.
Digo-lhe meu caro, todos estes que nos atacam hoje, são carentes de algo, de amor, de aceitação. E esperam que nós como igreja venhamos a ataca-los, por isso tem se defendido. Se, ao invés de os atacarmos mostrarmos que temos algo melhor a oferecer, a cura para suas feridas da alma, aceita-los como são, e mostrar a eles que Em Cristo somos nova criatura, e assim garantimos nossa eternidade com Deus, o Pai.
Confesso que não iria responder os comentários, porém fui incomodado pelo Espírito Santo, para fazê-lo. Não o faço com o intuito de atacar ninguém, sequer de me vangloriar, ou provar mais ou menos conhecimento, mas de mostrar que o amor de Deus, em Cristo, é maior do que todas essas coisas, e supera tudo, inclusive as barreiras que nos separam do outro, daquele que é diferente de nós.
A discussão é saudável, deve acontecer, assim como o comentário em um artigo que lemos, isso mostra que conseguimos extrair algo, bom ou ruim, concordando ou discordando, uma vez aberta a discussão, pelos comentários, mostra que a curiosidade foi atiçada, e queremos extrair mais do autor ou do comentarista. Louvo a Deus pelos comentários, e oro para que minhas postagens sejam analisadas à luz da Palavra de Deus, pois se em algo errei, o fiz por falta de conhecimento e não pelo pecado da arrogância.
Espero que a simplicidade e o amor de Jesus, a graça e a paz que excede todo entendimento encha teu coração.

Em Cristo!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Toda autoridade procede de Deus!

Romanos 13.1-7
1.     Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
2.     Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.
3.     Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser por aqueles que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.
4.     Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas, se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.
5.     Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.
6.     É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho.
7.     Deem a cada um o que lhe é devido: se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra.
O cristão deve ter a Bíblia em uma mão e o jornal diário em outra.”
[Johnn Wesley]

            Há alguns anos, fui ao cinema com um grupo de amigos para assistirmos o filme “Operação Valquíria”, que conta a história do plano, do atentado à bomba, para matar Adolf Hitler, em 1944, que fracassou. Um bom filme, que mostra como os aliados de Hitler estavam descontentes com seu jeito de governar, e viam que a continuidade dele à frente da Alemanha, os levaria a uma derrota vergonhosa e a submissão, como de fato aconteceu. Mas há um ponto em que tenho certeza de que você querido leitor, deve ter se questionado, bem como discutido com alguém sobre o assunto, que é quando as emissoras de rádio, anunciam o atentado, e “...Deus protegeu e guardou nosso querido e amado Fürher!” Não sei vocês, mas eu tive uma séria discussão sobre o assunto.
            Paulo, não deixa margem de dúvida quanto a origem das autoridades que são constituídas sobre nós, seja pelo voto direto e livre do povo, seja pela monarquia ou mesmo as tiranas. Elas procedem de Deus e estão a seu serviço, para o nosso bem (v.4).
            Muito tem se discutido nos últimos meses a respeito da situação política do Brasil, uns a favor outros contra, uns acreditam que há uma divisão clara entre direita e esquerda, outros afirmam que não. O mérito deste artigo não é discutir política partidária, mas dar um enfoque à política à luz de Romanos 13. No discorrer deste texto trataremos de alguns assuntos bastante delicados, e também sobre algumas questões que temos visto, e que há demasiado alarde.
            Certa ocasião lendo um artigo ou livro sobre vida cristã, me deparei com um fato que aconteceu nos Estados Unidos, após a independência, quando autoridades questionaram líderes Puritanos, sobre o porquê não ensinavam a constituição e a obediência às leis civis a seus filhos. Ao que responderam que eles ensinavam a Bíblia, de forma que seus filhos a tinham como única regra de fé e prática, assim não andariam em maus caminhos, e por consequência obedeceriam a constituição e a todas as leis outorgadas. Não necessitando dessa forma conhece-las para que as obedecessem.
            Ao contextualizar essa história para nossa vida diária, observamos que a falta de ensino bíblico verdadeiro, e adequado, tem causado tanta perturbação no meio da igreja. Não é incomum vermos denominações que fecharam as portas de suas Escolas Bíblicas, trocaram seus cultos de estudo bíblico por outros motivos, como cultos de campanha. Nos cultos, as pregações deixaram de ter Cristo e sua Palavra como centro para ter o homem no centro. Pastores, que falam o que sua congregação quer ouvir, para não perder seu rebanho, não apresentar números deficitários nas assembleias, ou mesmo cumprir com as metas que seus líderes estabeleceram. O preço desse evangelho aguado, dessa água salobra que vem sendo servida por essas denominações é o enfraquecimento e a morte. Crentes que estão apavorados com as leis que estão para ser votadas no congresso nacional, preocupados com o que acontecerá se a Presidente da República cair.
            Amados, estamos passando por tempos difíceis sim, mas não para quem trabalha e tem seu foco em Cristo. Qual deveria ser a sua preocupação? Cristo e sua Palavra? Ou as circunstancias?
            Ao nos preocuparmos com Cristo, e termos sua Palavra como regra de fé e prática, não há projeto de lei, ou proposta que tramite no Congresso Nacional que nos abale. São dias já esperados pelos crentes em Cristo. Paulo já nos alertou sobre isso, basta uma simples leitura da Bíblia, fazendo um comparativo com os dias atuais, veremos que as profecias de Paulo estão apenas se cumprindo.
            Um dos fatos que mais tem marcado a igreja moderna é a intolerância. É preferível bater no outro porque ele tem um estilo de vida diferente do meu do que amá-lo, do que ter atitudes que abram portas para o evangelho. E não é apenas para com o ímpio, é também para com os de outras denominações. Philip Yancey em seu livro Maravilhosa Graça, logo no início retrata um diálogo com uma prostituta drogada e com um filho pequeno, quando indagada se já havia procurado uma igreja, ela respondeu que não iria, e porque razão ela iria lá para se sentir pior do que está? Ficaste chocado com esse comentário? Ficaria mais chocado se eu te falasse que essa é uma realidade diária em nossa cidade?
            Há temor das autoridades, porque simplesmente deixamos de amar as pessoas como a nós mesmos, deixamos de olhar para elas como nosso semelhante. Deixamos de amar ao próximo como a nós mesmos. Não estou nem falando dos da família da fé, que esses devemos amar como Jesus nos amou.
            Precisamos rever nossas posições políticas, se estão à luz da Palavra de Deus ou não. Particularmente, e por muito tempo, eu não observei isso, mas lendo a Bíblia o Espírito Santo tem me convencido de que preciso mudar. Observar bem quem são os candidatos antes de citar seus nomes, de votar, ou mesmo apoiar. Nosso País está vivendo dias em que a sujeira está exposta, as feridas purulentas estão sendo abertas, e a nossa oração deve ser no sentido de que sejam tratadas, saradas; e nós como igreja é quem podemos fazer isso, não há como fazer isso sem a Bíblia nas mãos, com uma leitura apurada, simples e reveladora.
            Muito há o que se fazer pelo Brasil, que só mudará quando nós como igreja mudarmos, olharmos para as pessoas como almas sedentas da água e do pão vivo que só Jesus, o Cristo pode nos dar. Precisamos, com urgência falar desse amor, fazer discípulos, para que haja uma mudança de comportamento, de atitude. Esse é o segredo de países que cresceram. Se não o fizermos, corremos o risco de termos que dobrar nossos joelhos para que a paz seja estabelecida, em meio a uma guerra civil, onde vidas serão perdidas, e vidas que poderiam vir a conhecer o Senhor Jesus.
            No que as autoridades estiverem ferindo a Palavra de Deus, devemos nos levantar e protestar, mas sem perder a compostura, sem acusações, sem interesses escusos, apenas por amor a Deus. Vejam o exemplo de Samuel, Natan, Elias, Eliseu, Jeremias e outros profetas, inclusive João Batista, que preferiu a morte a concordar com a imoralidade, transgressão e iniquidade em que vivia Herodes.
            Amado leitor, tenho certeza de que se você amar o outro como ti mesmo, desejará ardentemente que ele conheça a Cristo como você conhece, que viva as maravilhas e a alegria de ser filho do Deus vivo. A não ser que o evangelho que está em ti seja um evangelho de metas, de riquezas terrenas. Então meu caro amigo, fique quieto. Deixe essa obra para aqueles que estão realmente comprometidos com a obra e a Palavra do Senhor. Do contrário, você apenas fará mais um frustrado, um cobiçador de riquezas terrenas, adorador de mamom como você tem sido.
            O pouco que aqui tratamos, são pontos nevrálgicos, que precisam ser revistos pela igreja, para que tenha paz, ainda que a perseguição venha, e se vier, é motivo de alegria, pois veio em nome de Jesus. Ele foi perseguido, rejeitado, porque nós como servos e discípulos dEle não o seríamos?

Em Cristo
Adinan Luiz Kempa



domingo, 16 de agosto de 2015

De quem é a culpa?

Gênesis 3:11-13 “E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. ”

            O erro é inato do homem, ele foi inserido no caráter humano na queda, pelo pecado. Desde o início observamos que o homem perdeu sua capacidade de assumir seus erros; diriam muitos, quando na verdade o homem não perdeu sua capacidade, ele começa a apresentar as consequências do pecado em sua vida.    Alguém dirá, a primeira consequência é saber que está nu, outro que o homem morreria. Não podemos negar que atribuir culpa de seus erros a outrem, é uma das primeiras consequências, senão a primeira, as demais, vieram após o diálogo de Deus com o homem.
            “…estavas nu? ” A nudez do homem e da mulher não se dava apenas em sentido literal, pela completa ausência de roupas ou cobertura para o corpo, também era de alma, nada tinham a esconder um do outro, eram explícitos, o homem diante de sua mulher e vice-versa, e ambos diante de Deus. Aliás, diante de Deus continuamos nus, explícitos, nada podemos esconder aos seus olhos. Davi no salmo 139 nos deixa isso claro, “...se vou para o mais profundo abismo, lá estás...” não ficamos isentos da presença de Deus, estamos sob seus olhos constantemente, nada do que eu ou você façamos ficará oculto. Pois o Senhor conhece nosso coração e os meandros da nossa mente, até as palavras que ainda serão escritas ou faladas. Não se engane, você está exposto diante de Deus.
            Alguém então perguntará, se somos explícitos diante de Deus. Deus viu que a mulher assim como homem comeram do fruto? A resposta é sim, ele viu, sabia o que havia acontecido, mas queria saber da boca do homem o que este havia feito. Bem como da mulher. Acredito que Deus esperava algo do tipo “Senhor, eu errei, fiz o que era mau, a mulher me disse que o fruto era bom e eu comi, a decisão de comer foi minha”. E da mulher “A serpente me iludiu, e eu comi, por decisão própria”. Essa seria a atitude correta. No entanto o que tanto o homem quanto a mulher assumem é que comeram, mas a responsabilidade pelo ato de desobediência é atribuída a outrem. A mulher atribui a serpente, e o homem por sua vez, atribui culpa a mulher, e menosprezando-a tenta tornar Deus culpado, quando diz “…a mulher que me deste…”. Como assim? Agora ela não é mais “…carne da minha carne, e osso dos meus ossos…”, deixou de ser “…tomada do varão” (Gen. 2.23)?
            Esse é um dos grandes problemas da humanidade, não assumir seus erros, não assumir o que não nos agrada. Esse homem, é o primeiro que revela algo que é latente em todos nós, se é bom, está de acordo com nossos valores e princípios então é nosso, senão não. O homem, rejeitou a mulher como sua carne. Aquela que Deus tinha feito a partir de uma costela. Não é diferente do que muitas vezes fazemos, seja em caso de divórcio, ou mesmo no curso do casamento, quando nos apossamos da célebre frase “O/a teu/tua filho (a)! ” Especialmente quando este comete algum erro grave, não tem a aparência que gostaríamos ou o comportamento que achamos ser o ideal.
            Temos essa tendência de lançar a culpa sobre o outro. Não assumir os erros, e isso além de machucar nossos pais, cônjuges, filhos e líderes. Se algo não sai a contento e vai desagradar o outro, logo achamos um culpado, quer seja um objeto, o tempo, as diversas atividades, os filhos, sim, já vi muitas mães atribuírem a responsabilidade pelos seus atrasos e pelo seu descaso com a família, aos filhos. Recentemente vi um programa de TV em que mostrava uma casa em que a família mal tinha como andar dentro de casa, aquilo não era um lar, pois não havia como estar bem dentro daquela casa. Ao ser questionada, a resposta da esposa foi clara “como manter tudo em ordem com três filhos? ”. Em outro momento ela disse que todas aquelas coisas estavam amontoadas em sua casa para não desagradar familiares, e, pasmem, guardava por medo de não encontrar mais aqueles objetos para compra-los. Mas a pérola da culpa, foi atribuí-la à segurança futura.
             Tal qual um algoz, a culpa nos leva a fuga, seja de uma realidade, de um lugar, da família, ou qualquer outra situação; quando não nos aprisiona em um silêncio perturbador, em um casulo que limita todos os nossos relacionamentos. Lembro-me que há poucos anos falava a uma pessoa com quem tinha um relacionamento, sobre a dificuldade que ela tinha em se abrir se entregar para o relacionamento, devido a tantas barreiras de vidro que estavam colocadas entre nós. Na verdade, essas barreiras estavam ao redor dela. Ela agia e age como se vivesse em uma redoma se protegendo de tudo e de todos. A impedindo de ser quem realmente ela é. Essa é a realidade de muitos.
            O que mais me impressiona é a forma como tratamos a culpa, que muitas vezes a assumimos achando que somos os responsáveis pelo fracasso de um casamento, do divórcio dos pais, ou mesmo, e, nesse caso, da pior forma, pela violência sexual, a qual a pessoa é submetida. Não apenas os profissionais cristãos dizem que a culpa daquela situação não é do agredido, mas já vi profissionais, que professam outras crenças, ou as negam, dizerem isso. Porém, essa culpa, a qual deve ser transferida, ao agressor, só se transfere depois de muito tratamento, e na maioria das vezes quando a pessoa tem um encontro verdadeiro com Cristo. Tal qual a samaritana.
            A respeito de culpa, gosto de meditar em dois textos, o da mulher samaritana, em João 4, e da mulher adultera, a forma como Jesus aborda as duas situações, em primeiro lugar é peculiar, e exemplar. Com a samaritana ele inicia uma conversa serena, que mostra uma necessidade extremamente humana, sede, “…dá-me de beber! ” Apenas isso, nada mais, e um diálogo maravilhoso se inicia e que termina em salvação e libertação de uma culpa terrível que assolava aquela mulher. A adultera é um caso mais curioso ainda, pois os fariseus procuravam motivos para acusar Jesus, pois o adúltero não estava ali jogado no meio da turba furiosa, que já deveria estar com pedras nas mãos para apedrejar ambos, ela pelo adultério e Ele por ter blasfemado e violado a lei de Moisés, ao condenar apenas a mulher. No entanto Jesus, trata a questão com simplicidade, e dentro de cada um, na consciência, “…quem não tem pecado, que atire a primeira pedra! ” E o relato a seguir é de que todos se retiraram um a um, até que ali ficou apenas Jesus e a mulher(João 8). Creio que ela estava ali abaixada, de rosto em terra, talvez olhando para Jesus, com tamanho terror nos olhos, pelo medo de ser por ele condenada. Mas ninguém atirou pedras na mulher, e ela saiu dali com seu pecado perdoado e suas culpas tiradas. Não há dúvida de que essas duas mulheres foram confrontadas com suas culpas, as assumiram. A Bíblia não fala disso, mas creio que em seu íntimo elas o fizeram, e por terem consciência de quem estava diante delas, mostraram arrependimento, e por isso obtiveram perdão.
            Outro grande problema é a forma como essa culpa é tratada, por nós, como algo avassalador, destruidor, e para terceiros como motivo para nos oprimir. Jesus nos dá o exemplo de como lidar com a culpa dos outros. Ele que não tinha culpa alguma, que carregou nossas culpas e pecados para a cruz, libertando-nos de ambos. Do contrário nossa vida seria insuportável.
            Se você tem algum tipo de culpa, procure a raiz dela, pare de ficar se martirizando, isso não vai te levar a lugar algum. Assuma aquilo que fizeste de errado, peça perdão a quem quer que seja, perdoe quem lhe fez mal e livre-se disso, viva em paz. Mas você me dirá e aquela culpa que carrego por imposição de outros, pais, agressores, violadores? Entregue-as nas mãos de Jesus, abra seu coração diante dele. Siga o conselho de Jesus, “…entra no teu quarto, onde o Pai te vê, e em segredo, …” entregue-as todas, confesse, e aceite o abraço acolhedor e consolador do Espírito Santo.
            Caso deseje conversar a respeito, procure pessoas emocionalmente sadias, e que tenham sólido conhecimento da Palavra. Estamos aqui para carregar as cargas uns dos outros, em obediência ao que Paulo nos recomenda “…suportai-vos uns aos outros! ”. E nesse caso suportar é dar suporte, carregar, transportar, descer até o chão e ajudar a se levantar, ombro a ombro, em um fraterno abraço.
            Em Cristo.

Adinan Luiz Kempa

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Uma nova perspectiva.

Romanos 6.1-10: Que diremos pois? Permaneceremos no pecado para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados como ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo  isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre, a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas quanto a viver, vive para Deus.

             Recentemente li alguns artigos e matérias publicadas em sites de notícias e mesmo no facebook a respeito das mais variadas situações, que vão desde a produção de filmes eróticos-pornôs para casais evangélicos, o caso de um pastor que lambe a genitália e o ânus das solteiras para que tenham marido, uma jovem senhora que teve um caso com o pastor, publicou as fotos numa rede social, fato que resultou no suicídio do marido; e, pasmem, a miss bumbum evangélica, lançando uma linha de produtos eróticos para casais evangélicos, em uma feira erótica. E mais recentemente de um cantor gospel, que anunciou em alto e bom som, em um show que não irá mais gravar para evangélicos, que está acima de todos os demais cantores gospel, que que Deus havia mandado ele parar de cantar a Cruz, o Espírito Santo e Jesus Cristo. O detalhe sórdido dessas notícias e comum é que todos os protagonistas são chamados "evangélicos".
            No entanto, o comportamento deles está longe de ser o ideal para pessoas que seguem os evangelhos. Quanto mais de discípulos de Jesus.
            Observo que as pessoas não leem mais a Bíblia, ou quando o fazem são aquelas que interessam e nada mais. Bíblias existem nas mais variadas versões e com os mais variados assuntos, prosperidade financeira, promessas disto e daquilo. Ter a Bíblia como um todo para entender a vontade e o propósito de Deus, e fazer dela sua regra de fé e prática, não é mais prioridade.
            Essa é uma consequência de uma mensagem cada vez mais imediatista, centrada no homem, naquilo que as pessoas querem ouvir. Em cultos vazios, cheios de espetáculo, de táticas psicológicas para prender as pessoas, de um "louvor" espetacular, mas sem teologia, em que um derramar de lágrimas quando se canta "Faz um milagre" (Régis Danese), ou Raridade (Anderson Freire), ou naquela musiquinha da Aline Barros, que para não dizer que não fala de Deus, coloca-se ao final um "Senhooor", isso nas igrejas, porque nas gravações comerciais nem isso tem. Nas orações de encerramento dos cultos temos um show de reconciliações, entrega da vida a Cristo, de pessoas que continuamente fazem isso. Sem esquecer dos testemunhos no momento de entrega dos dízimos e ofertas, de abundância e prosperidade, o cidadão ou cidadã, saiu da vida devassa, parou de se embriagar e gastar com noitadas, então começou a sobrar a prestação de um carro ou de uma casa. Aí vem o famoso, comecei a ofertar e a dizimar, e Deus me de o carro ou a casa (mas a conta sou eu quem pago). Algumas vezes fiquei atento para ver se o Pastor ou ministrante não iria repetir a célebre frase de Tetzel "Ouçam, ouçam, o doce som de uma alma saindo do purgatório!", que neste caso seria do inferno, ao ver os envelopes caindo no gazofilácio ou nas cestas de coleta.
             A igreja moderna não poderia ter essa triste aparência. Mas tem, por não estar discipulando seus membros, mostrar que a vida com Cristo é santidade, e basicamente temos que fugir da aparência do mal. Tudo isso é lamentável. Vivemos dias em que a sã doutrina está esquecida.
             Uma leitura apurada das cartas de Paulo, nos mostra qual a verdadeira religião e qual o sentido do evangelho. Mas será que é isso que as pessoas querem? Os pastores estão dispostos a anunciar essa verdade?
          Cada vez mais me pergunto que dias estamos vivendo? De Oséias? De Jeremias? De Elias? Habacuque? Ou de Malaquias?
Creio que seja uma mistura de todos eles, pois de cada período há características marcantes em nossos dias.
Só não devemos esquecer de que um dia Cristo virá sobre as nuvens para arrebatar sua igreja, para julgar suas ações. Que teremos a apresentar?
Pelo que tenho observado a igreja está cada vez mais centrada no primeiro versículo de Romanos 6, “Então, qual seria a conclusão? Devemos continuar pecando a fim de que a graça seja ainda mais ressaltada? ” (Versão King James). Ao que parece ninguém se importa em viver uma vida de santidade, de pureza de coração, de buscar a plenitude do caráter de Cristo, alcançar a estatura do varão perfeito. Se preocupam muito mais em viver uma boa vida aqui na terra, momentânea, sem se preocupar com a eternidade, afinal essa será longa e a graça superabundará.
Inconcebível tal atitude, diante das palavras de Paulo, na resposta a este versículo (v. 2) “de forma alguma! Nós que morremos para o pecado, como seria possível desejar viver sob o seu jugo?”. De forma alguma podemos viver dessa forma, já morremos para o pecado. Nosso escrito de dívida foi cancelado na Cruz (Col. 2.16) como podemos viver ainda assim? Pecando! Numa vida crédula de que Deus nos livrará no dia final.
Não irá, essa é a resposta, e pior condenação haverá para esses que assim vivem. Não há como viver de forma dissoluta e ainda assim pensar em salvação, esperar que iremos entrar na eternidade. Semear o ódio, o preconceito, a discriminação. Enquanto nos é mandado por Jesus amar o próximo, não como a nós mesmos, mas como Ele nos amou. Amar como a nós mesmos, devemos amar nossos inimigos.
Não há como viver num meio desses nós os que morremos para o pecado não podemos continuar vivendo desse jeito, devemos ressuscitar para a vida, em Cristo. O mundo precisa de uma igreja que faça a diferença, uma igreja que seja temida quando dobra seus joelhos para orar. Uma igreja que ama e não rejeita, que se preocupa com o que realmente é importante, o ser humano, aquele que foi criado a imagem e semelhança de Deus.
A mensagem que mudará o mundo é a mensagem do verdadeiro evangelho de Cristo, simples, mas transformadora. Que coloca o homem em conflito com seus pecados, que faz o Espírito Santo agir convencendo-o da justiça, do juízo e do amor de Deus.
Precisamos com urgência adotar uma nova postura, para que Cristo seja realmente conhecido no mundo, e realmente venha a ser a solução para esse mundo. Mas isso depende apenas e exclusivamente de cada um de nós que morremos para o pecado, e fomos batizados em Cristo Jesus. Assumindo a ressurreição para a vida e não mais para a morte.

Em Cristo.

Adinan Luiz Kempa