quinta-feira, 30 de junho de 2016

Os Dez Mandamentos Parte 4 – Segundo Mandamento


“Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te curvaras diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam meus mandamentos. ” (Êxodo 20.4-6)

“A mente do homem é como um depósito de idolatria e superstição; de modo que, se ele confiar em sua própria mente, é certo que abandonará a Deus e inventará um ídolo conforme sua razão. ”
João Calvino

            Os mandamentos continuam, ainda, tratando do relacionamento de Deus com o homem, sendo o segundo bastante especifico quanto a adoração. E, suas consequências, quando feita de forma errada.
            Deus nos exige exclusividade na adoração, no culto, pois é um Deus zeloso, que guia e protege os seus, porém visita a iniquidade daqueles que o aborrecem até a terceira e quarta geração. Mas abençoa até mil gerações dos que o temem. Deus havia se mostrado para seu povo, feito maravilhas, guardava o povo constantemente, o protegia do frio do deserto com uma coluna de fogo, e do calor abrasador com uma nuvem que pairava sobre o povo constantemente, havia poucos meses que lhes havia mostrado seu poder ao assolar o Egito com as pragas, e dizimado o exército de faraó no mar vermelho.
Sem, contudo, nos esquecer de que este mandamento é complemento do primeiro, onde somos alertados sobre ter outros deuses diante de Deus, e agora, há uma proibição maior ainda, não se curvar nem prestar culto às imagens e figuras. Assim agiam os egípcios e os povos que ocupavam a terra prometida. Vemos aqui Deus tratando o seu povo, renovando sua espiritualidade, seu culto.
            João Calvino resume praticamente todo ensino sobre o segundo mandamento na frase citada. Entretanto, o problema não está em abandonar a Deus e criar ou inventar um ídolo conforme sua razão. O maior problema é que muitas pessoas têm seus ídolos, e tem o descaramento de deixar a igreja em que frequentam, sem negar a fé no Deus verdadeiro, e em Cristo, e ainda afirma com todas as letras que têm a Bíblia por regra de fé e prática. Permita-me ser incisivo e um tanto grosseiro, “Não têm, e não creem no Deus que pregam! ”. Pois se cressem, se vivessem a Bíblia como regra de fé e pratica, não o fariam.
            Não é fácil, nossa natureza vive procurando algo a que se apegar, que lhe traga conforto e consolo. Não importando ser uma imagem, uma pessoa, um objeto, um costume. Tudo é cultuado, venerado, colocado diante de Deus. Até mesmo aquele ressentimento que tu guardas por teu irmão de sangue, pelo teu pai e tua mãe, pelos teus parentes. São ídolos?! São, e você os adora em espírito e verdade! Nunca te disseram isso? Pois bem, de hoje em diante está sabendo, e se leres com atenção o que diz o segundo mandamento, verás que isso trará juízo sobre tua vida.
            Não estamos distantes daqueles dias, como muitos pragmáticos e liberais pregam, estamos vivendo cada um dos dias em que Deus escreveu a sua Lei nas tábuas de pedra, para que Moisés as levasse ao povo. A diferença está apenas na forma em que esses ídolos são apresentados, ou o culto que lhes prestamos. Há casos em que os ídolos são pastores, cantores gospel, pregadores, familiares. Não, não temos mais ídolos do lar, mas ídolos no lar.
            Já reparou na quantidade de vezes em que você mesmo já deixou de fazer algo por causa de um programa de TV? Porque seus pais não aprovam isto ou aquilo? Por medo do que seus líderes irão dizer? Acreditem, há aqueles que se dobram e prestam culto a uma denominação evangélica ou não.
            O homem é um ser sociável, não foi criado para estar só, e muitas vezes para poder ser aceito em um determinado grupo, ele passa a se vestir, falar, imitar trejeitos, e por aí afora. Há aqueles que no afã de agradar a Deus com seu louvor e adoração, imitam o cantor gospel, seus falsetes de voz, sua forma de cantar e até mesmo sua voz. Chegam a decorar e repetir como um mantra as ministrações espontâneas que aconteceram durante as gravações de um DVD.
            Entretanto, você poderá me perguntar, como assim, “Não farás para ti imagem de escultura?”, se Deus mesmo determinou que fossem feitas imagens de querubins, de romãs, e de outras tantas coisas, até mesmo uma serpente de bronze para que fosse levantada e os que olhassem para ela seriam curados, quando do episódio das serpentes abrasadoras. Sim, Deus foi determinante ao proibir a confecção de imagens de escultura ou figura do que há sobre os céus, sobre a terra, e nos mares, porém há um complemento, “…não te curvarás perante elas, nem lhes prestarás culto,”.
            O uso de estatuas, esculturas, figuras, com finalidade artística, de expressão cultural, didática, é permitida pelo Senhor. Tanto que Moisés recebeu ordens de esculpir dois querubins para serem colocados sobre a tampa da arca da aliança, e no templo de Salomão havia no santo dos santos dois querubins, que guardavam a presença do Senhor, imagens que não estavam ali para serem adoradas, e sim como um memorial, de que o caminho até a árvore da vida está sendo guardado por dois querubins, e que a presença e a gloria de Deus estão guardadas, neste caso, temos o sentido de vigiadas por querubins. Isso é um símbolo, para que ninguém se esquecesse de que havia uma separação entre Deus e o homem, uma barreira.
                        As esculturas, gravuras, estatuas e pinturas que os egípcios e outros povos tinham feito, não as tinham com outra finalidade senão a de lembrar ao povo a quem deveria ser prestado culto, por isso que as imagens dos deuses egípcios, dos faraós e seus feitos eram gravadas em todas as construções. Por onde passava o povo tinha lugares e imagens para adorar seus deuses. Não podemos nos esquecer de que o Egito era uma nação politeísta, tendo como deus principal Amon-ra representado pelo disco solar, e o faraó um filho dos deuses, aquele que havia sido gerado por eles para governar a nação.
            Também observamos essa prática politeísta ou panteísta em outros povos, nas cercanias da terra de Israel, ou mesmo que a habitavam. Havia culto diante de postes ídolos, árvores eram tidas como local de adoração. Assim, havia necessidade de que essa pratica fosse abolida pelos hebreus, que deveriam ter um único Deus, e somente a Ele se curvar e prestar culto, por uma razão que fica bem clara, “sou um Deus zeloso, que visito até a terceira e quarta gerações, dos que me aborrecem e abençoo por mil anos os que me adoram.”.
            Conforme o artigo anterior, o homem tem a tendência a construir e adorar ídolos, para aliviar suas cargas de sofrimento, estou certo de que boa parte dos Israelitas adoravam os deuses egípcios, como forma de alivio da opressão, principalmente os que serviam nas casas.
                        Não é difícil a compreensão de que Deus estava ensinando ao seu povo um novo culto, uma nova forma de adoração, que não era perante imagens e figuras, mas perante o único e verdadeiro Deus, aquele que tem mão forte.
            Sobre isso não podemos esquecer de quem é Deus! Ele se apresenta a Moisés como “Eu Sou!” e isso basta. Faraó, reconheceu isso, depois da batalha do mar vermelho, não está no livro de Êxodo, mas, para quem assistiu o filme os Dez Mandamentos, salvo engano, de 1964, com  Charlton Heston e Yul Brynner, o filme termina com uma frase marcante, a qual nunca me esqueci, “Ninguém pode vencer o Deus de Moisés! Porque ele é Deus!”.
Espero que este breve comentário te faça lembrar do porque não devemos prestar culto a imagens, seja de escultura, seja figura, sejam pessoas que idealizamos, ou mesmo filhos e cônjuges, pastores ou quem, ou o quê seja, porque o nosso Deus é Deus, zeloso, fiel. Ele é nosso refúgio fortaleza, o socorro bem presente na angustia. Ele se deu por você, para que não tenha que suportar as dores do inferno, mas gozar da vida eterna ao Seu lado.
            Barreira que foi transposta por Jesus, aberta, não há mais necessidade de rituais para que possamos chegar à presença do Senhor, nem usufruir de porções de sua gloria, pois Jesus, na cruz, nos deu acesso irrestrito ao Pai.


Em Cristo!

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